A produtividade do trabalho na indústria de transformação sofreu uma queda de 1,3% no primeiro semestre deste ano, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse recuo contrasta com as sucessivas altas observadas no último trimestre de 2023.
No período, a produção industrial cresceu 1%. No entanto, as horas trabalhadas avançaram 2,3%, superando o aumento da produção. Segundo a CNI, essa queda não sinaliza ainda uma mudança de tendência.
Um dos fatores que explicam a queda é a abertura de novos postos de trabalho, que exigem treinamento. Esse processo de adaptação leva tempo até que o trabalhador atinja níveis mais elevados de produtividade.
Além disso, a demanda por bens manufaturados tem crescido de forma consistente nos últimos cinco meses. Em março, houve um aumento de 5,2% em relação a outubro do ano anterior.
Samantha Cunha, gerente de Política Industrial da CNI, prevê uma evolução positiva nos próximos meses. "O mercado de trabalho está aquecido, e esperamos uma acomodação das horas trabalhadas e recuperação da produtividade", afirma.
Ainda de acordo com a CNI, a recuperação da produtividade depende de condições mais favoráveis para investimentos. No último ano, a demanda retraída e as altas taxas de juros foram os principais obstáculos para novos investimentos.