O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu nesta terça-feira (13) que as taxas de juros no Brasil estão "absurdamente altas". No entanto, ele ressaltou que estão "mais baixas" em comparação a períodos anteriores da história do país e a outras economias semelhantes.
Em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Campos Neto enfatizou que, embora as taxas sejam elevadas, o BC conseguiu trabalhar com níveis inferiores aos de outros tempos. Ele apontou algumas razões para manter a Selic em 10,5% ao ano: baixa recuperação de crédito, dívida externa com poupança reduzida, e maior prêmio de risco em relação a outros países da América Latina.
Outro ponto crucial abordado pelo presidente do BC foi a divergência nas expectativas de inflação entre o mercado e as empresas financeiras. Para entender melhor essa diferença, além da pesquisa Focus, o BC lançou a pesquisa Firmus, que foca nas percepções das empresas financeiras sobre a economia.
Apesar desses desafios, Campos Neto destacou que alguns indicadores têm surpreendido positivamente, como o crescimento da massa salarial e da economia como um todo. Isso tem contribuído para aproximar a inflação da meta de 3% ao ano, atualmente em 4,5% nos últimos 12 meses.
O que realmente preocupa, segundo Campos Neto, é a taxa de juros neutra, que tem se mostrado maior que o esperado. Ele afirmou que o Banco Central está investigando essa questão para entender melhor as causas desse descompasso.
*Com informações de CNN